Por: Zeca Alves e Gujo Teixeira
O CASCO PISANDO A PEDRA, SÃO COMO A FLOR E O ESPINHO...
EMBORA SENDO DISTINTOS ESTÃO NO MESMO CAMINHO;
SÃO, NA VERDADE, UM EXEMPLO PRA TODO AQUELE QUE PENSA
QUE A ESTRADA NÃO TEM MOTIVOS PRA UNIR PELA DIFERENÇA.
POR ENTRE O CASCO E A PEDRA, O CUIDADO É MAIS SENTIDO,
POIS QUEM JÁ FERIU COM FERRO, COM FERRO UM DIA É FERIDO...
E QUANDO NUM TROTE LARGO O CASCO TAMBÉM SE QUEBRA,
A DOR QUE MANCA O CAVALO É BEM MAIS FORTE QUE A PEDRA.
QUEM "ESTROPEIA" UM CAVALO POR GOSTO, PERDE A RAZÃO;
APONTA O PRÓPRIO DESTINO COM SETE PEDRAS NA MÃO.
E BEM SABE QUEM LHE TOCA, PELAS ESTRADAS DE CHÃO,
QUE O "MOL" DO CASCO É SENSÍVEL E SE CHAMA CORAÇÃO.
NOS CAMPOS DUROS DE PEDRA, UM MÊS SEM CHUVA É BASTANTE,
E OS CASCOS SÃO COMO AS LUAS CRESCENTE, CHEIA E MINGUANTE...
QUE VÃO CRESCENDO, ENFRAQUECEM, E FICANDO RESSEQUIDOS
SE QUEBRAM POR QUASE NADA, IGUAL A UM COPO DE VIDRO.
DEPOIS DE QUEBRAR DE FATO, NEM DÁ PRA FAZER ALARDE,
POSTO QUE O TEMPO, SE CRUZA, PRA REMEDIAR JÁ É TARDE...
E Á TEMPOS CUIDO DA LIDA, E DOS CAVALOS QUE ENFRENO;
APARO E "GROSEIO" OS CASCOS PELAS MANHÃS DE SERENO.
POR ISSO O CASCO E A PEDRA SÃO IGUAIS E TÃO DISTINTOS,
VIVEM ASSIM, UM NO OUTRO, RESPEITANDO SEUS INSTINTOS.
SABEM DA FORÇA INCONTIDA QUE APENAS SÓ UM DETÉM,
E SABEM QUE SOBRE AS PEDRAS NEM RASTRO FICA DE ALGUÉM.
Parabéns! Lindo de mais!
ResponderExcluirIsso vem firmar mais uma vez a sensibilidade e o talento de quem conhece,respeita e vive verdadeiramente as coisas do campo.
ResponderExcluirLos felicito, muy lindo verso.
Grande abraço,
Alexandre B. Corrêa