segunda-feira, 16 de julho de 2012

Passagens...

                                               


















 Recordo tantas passagens neste viver de peão,
 Que por vezes me pergunto: “Quantas ainda virão”?
 É o jeito antigo que tenho, e que bem sabem os meus,
 De refazer o caminho pra estar mais perto de DEUS.

Ao de redor do braseiro me paro mais pensativo,
Olhando a vida de longe porque me sobram motivos.
No respingar da cambona, que vai molhando o topete,
O mate é parte de um ciclo onde tudo se repete.

Nascer é parte daquilo que já nos foi concebido,
Posto que os olhos se abrem para o que for percebido...
Como se tudo voltasse por conta do que existiu
Levando o ser novamente ao ponto de onde partiu.

O labutar recomeça todos os dias, e assim...
Vou a cavalo de encontro ao que faz parte de mim;
Pois, meu estado de espírito, reencontrei neste plano,
Na condição de querência, d’onde voltei ser humano.

Mas, sempre levo comigo uma saudade incontida,
Que marca várias passagens com chegadas e partidas,
E vejo nas despedidas, das tantas que a vida tem,
Que ela se faz de quem parte, e de quem fica também.

De um lado ao outro da vida, um eterno vem e vai;
Uma lembrança, um sorriso, uma lágrima que cai;
No ciclo, enfim, das esperas, entre o antes e o depois...
Há um sentimento constante, igual a um marco entre os dois.

Daí se explica esse jeito de reviver um momento,
Mesmo só por um instante, através do pensamento;
Os desencontros são fatos nesta sina de andar,
Cuja falta que sentimos, depois de nós vai ficar.

Quando o silêncio transporta o homem pra dentro de si,
Deixa o olhar mais distante, como fosse além daqui...
Onde os “recuerdos” revelam o sentido da existência,
E a matéria não separa espírito e consciência.

São circunstâncias do tempo, que pela mão nos conduz
Os caminhos que, em verdade, se mostram plenos de luz...
Sendo que a alma da gente, por certo sabe a razão
Que nos leva em rumo certo, ao sem fim da imensidão

                                                                     Zeca Alves.

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