segunda-feira, 30 de julho de 2012
Coxilha
Depois de um final de semana muito agradável, volto á matear em silêncio, e mais uma vez me transporto ao meu interior, que é o que mais gosto de fazer; são nestas horas de interiorização que revejo meus rumos, e tudo aquilo que tenho DITO E FEITO... penso que deixei a desejar quando:
-Esqueci de agradecer publicamente ao povo cruzaltense, principalmente aos urbanos, pois ao manifestar o apreço que tenho a minha terra, minha gente, minhas origens, sequer passou pela minha cabeça a possibilidade de despertar o complexo de inferioridade de uns e outros. Mas, é compreensível, somos seres humanos, e seres humanos são falhos. Partindo deste princípio, ao mesmo tempo que venho agradecer ao POVO cruzaltense, também venho através desta reflexão escrita, pedir perdão, se aquilo que mais prezo causou uma situação desconfortável através da falta de maturidade daqueles que por viverem de alma armada, acabam por distorcerem o que foi dito com a simples intenção de bendizer a querência que amo tanto.
Creio que maturidade nem sempre se adquire com o passar dos anos, maturidade é um princípio que acompanha a humildade, humildade que não significa o jeito de mostrar-se ou de APARECER, e sim, o jeito de SER. Respeito a todos, inclusive ao urbanos, posto que, minha mãe é urbana, e eu não seria tão ingrato a ponto de esquecer quem me deu educação o suficiente para transitar em qualquer meio, conviver com qualquer tipo de gente, indiferente de classe social, cotidiano, etc, etc, etc... muito embora meu grau de estudo seja o mínimo (fator que não serve de exemplo pra ninguém), o maior orgulho de minha mãe (mulher URBANA) é justamente a questão de ter cumprido a missão de preparar os filhos para que pudessem andar por aí (mundo afora) com orgulho de serem dignos, de terem dignidade; Filhos sem vícios prejudiciais á imagem, á saúde, e incapazes de induzir novas gerações a qualquer descaminho no rumo dos princípios morais e éticos.
Perdoem se acaso este CAMPEIRO, não soube expressar o orgulho de ser quem é!?
Deixo aqui, com outras palavras, de um sábio filósofo CAMPEIRO, o que eu disse durante a premiação da 32ª Coxilha Nativista de Cruz Alta!
"Meu canto não conhece desencanto,vem peleando a tanto, tanto, mas não cansa de pelear...
hoje ja se houve a ressonância desta voz de peão de estância conquistando seu lugar."
"Canto e minha voz quando levanto, não traz ódio, nem maldade, coisas que não sei sentir.
Hoje o amanhã não me fascina, tenho o ontem que me ensina, e se disser eu vou mentir."
"Peço pra quem julga e dá conceito, que esqueça o preconceito e me aceite como sou:
-Manso como água de cacimba, mas palanque que não cimbra porquê o tempo enraizou."
"Meu canto tem cheiro de terra e pampa, é um andejo que se acampa tendo o mundo por galpão!
Grito pra que o mundo inteiro ouça, que é raiz de muita força rebrotando deste chão."
"Canto nesta terra onde me planto, mas não pisem no meu pala que eu me empaco e me boleio.
Canto pra pedir mais igualdade, e quem não gosta da verdade que se aparte do rodeio."
Adair Rubim de Freitas.
Que venham outras coxilhas, que Cruz Alta siga esta terra abençoada culturalmente!
Esta é minha sincera homenagem a todos aqueles que realmente me conhecem e sabem dos meus princípios morais, e dos valores que prezo, mas que acima de tudo me compreendem, me aceitam como sou, e me respeitam.
Aos demais... Meus lamentos!
Tchau e Gracias! Zeca Alves!
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