domingo, 1 de abril de 2012

O Homem e o rio

Não guardo agruras nem rancores do passado,
nem faço versos estimando a solidão...
em cada lágrima transcende um sentimento,
do rio que corre entre o olhar e o coração.

Se cada homem traz um rio dentro de si,
tem o dever de cultivar seu próprio leito;
pois, no espelho das águas de nossos rios,
só se reflete aquilo que temos feito.

São rios que a seca não castiga ou prejudica.
São rios da alma, sem início, meio, ou fim...
e no silêncio onde visito meus "recuerdos",
eu mato a sede e encontro a paz dentro de mim.

Quem foi chibeiro e atravessou seu próprio rio,
buscando a paz, deixou pra trás sua inocência.
Contrabandeou inquietudes sem perceber...
e assim se fez aprisionado em sua ausência.

Mas quem se fez um pescador no próprio rio...
matou a fome e assim também matou a sede;
E pôde ver que o sentimento não tem preço,
e tem apreço ao se deixar levar por ele.

                                                     Zeca Alves.

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