segunda-feira, 4 de abril de 2011

O toso



                                             
Topete e pega mão, largos,
Aos cuidados do campeiro,
Pingos bem apresentados,
Orgulho p’ra o cabanheiro;
Na mais gaúcha vivência,
Cada toso “hay” um segredo.

                     Cada cavalo,é um cavalo,
                     Seu biótipo, e estilo...
                     Uns de “pescocito” leve
                     Pra um toso de cogotilho,
                     Atraque o ponta de lança
                     Se for pescoço invertido.

“Ta” na autenticidade
  Que vem de tempos atrás,
  Conservado nas estâncias,
  O toso de capataz,
  Que ao renovar a tropilha,
  Ensina como se faz.

                     “Vamo” metendo a tesoura,
                      Emparelhando os dois lados,
                      Se o pingo for meio termo
                      Deixe um “poquito” volteado;
                      Quanto mais baixo, melhor,
                      Se o pescoço é carregado.

Cerda fina, cerda grossa,
Éguas de encilha, e de cria,
E a cavalhada do pampa,
Ao largo das sesmarias
Mostra, no toso, o capricho
De xucra sabedoria.

                                                     Zeca Alves.

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